quinta-feira, 12 de junho de 2008

Lendo, Jogando, Ouvindo, Assistindo

Numa onda de redescobertas, estou lendo o Rules of Play em versão física, finalmente. E-books e PDFs são uma mão na roda, principalmente para livros importados (e de cada 10 bons livros de game design, 11 o são), mas nada substitui o bom e velho livrão, deitado no sofá. E esse livrão em particular é foda. Se alguma obra pode ser considerada a "Bíblia Sagrada do Game Design", é Rules of Play. Puta livro conciso, bem organizado, com tantas sugestões bacanas de leitura que dá para montar uma biblioteca completa do tema só com elas. E aliás, é o que estou fazendo, aos pouquinhos - esse mês é meu aniversário, e vou "me dar" uma bela compra na Amazon. Estou recrutando gente que queira participar do "pacotão", daí rachamos o frete, que tal?


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Também dei uma segunda chance a Mass Effect. A versão de PC é definitivamente a ideal para aproveitar o petardo da Bioware - nada de slowdowns irritantes, texturas carregando no meio de uma cutscene, e combates mais rápidos e frenéticos. A dificuldade também me pareceu mais acertada - talvez porque, quando joguei a versão de X360, optei pelo Soldier achando que ia me dar bem, mas achei tudo travado demais. O combate contra a Benezia foi um pé no saco que me obrigou a baixar a dificuldade para Casual. Dessa vez, fiquei com o Vanguard, e foi amor a primeira vista.

Falando nisso, Mass Effect acabou sendo amor a segunda. Salvei a galáxia ontem de noite, e foi uma experiência daquelas que marcam. O universo incrível do jogo já me deixou com saudades, assim como a obra-prima da Bioware, Knights of the Old Republic. Tomara que a sequência venha logo, e que não seja como a merda vazia da Obsidian, que acabou com a segunda versão de KOTOR (e com as minhas saudades da série). Mas não tem como não gostar de Mass Effect. Apesar dos combates truncados e do pior sistema de inventário já visto em um RPG continuarem lá, a versão de PC deixou essas pentelhações mais toleráveis, e é impossível não cair de amores pela atmosfera maravilhosa, os diálogos bacanas, os personagens marcantes e a trilha sonora retrô fodônica do jogo. Só não foi meu candidato a jogo do ano em 2007 porque Portal não deixou.

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Aliás, a música dos créditos me apresentou a uma banda bem bacana, o Faunts. Lembra bastante o New Order, e o climão "sci-fi das antigas" e meio progressivo caiu como uma luva para Mass Effect. Plus, esse clipe deles é muito classe.



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Esse não é redescoberta, mas já estava com vontade de ver há tempos: Be Kind Rewind, com Jack Black e Mos Def. Já que a bagaça não chegou ao Brasil até agora (e, segundo o imdb, não tem nem previsão), o jeito foi apelar para a não tão louvável prática de baixar no torrent. A pontadinha na consciência valeu a pena. Trata-se da história de dois caras que estão cuidando da locadora de vídeo de um velho saudosista, e um incidente magnético acaba apagando todas elas. Para consertar a lambança, os dois decidem refilmar tudo com uma câmera de vídeo.

O filme tem uma vibe muito diferente, não te apresenta nada - todos os personagens e situações simplesmente estão lá, e aos poucos você mesmo se apresenta a eles. A história quica de um lado para o outro, quase sem dizer a que veio, e no final fica aquela sensação shipper de que você está ali, naquele bairro cheio de gente esquisita, vivendo o dia-a-dia daquelas pessoas, enquanto se racha de tanto rir ao ver Jack Black e Mos Def fazendo recriações caseiras de Ghostbusters, A Hora do Rush 2 e uma penca de outros clássicos.

Um filme sobre o que significa fazer filmes, recomendadíssimo para quem é muito nerd e tem saudade dos anos 90. Ah, e vale muito a pena visitar o site oficial, que é genial. Eu mesmo já estou pensando em fazer meus próprios games "sweded", quem embarca? :]

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